quinta-feira, 12 de maio de 2011

Conceito x Preconceito (Ao Meu Ver)

   Estou em São Paulo, a trabalho. O hotel, apesar de bom, não tem demanda para o jantar, então o buffet fica com aquela cara esquisita, como se tivesse uma superfície sólida. Quem me conhece sabe que eu de fresco não tenho nada, mas pagar mais de R$50,00 por aquilo, mesmo sendo na conta da empresa, não me pareceu justo, então fui tentar jantar na rua.
   Uma caminhada rápida pela Rua Araújo, Praça da República e achei um pequeno mall com alguns restaurantes. Em um deles “Festival de Sopas”. Aqui tem gente até de regata, mas pros cariocas está frio, então gostei da idéia da sopa e entrei. Só depois de entrar olhei pro lado e me deparei com um casal de rapazes; olhei pro outro e mais um casal, ao redor – para não dar margens ao título de exagerado – entre 60% e 90% do público era homossexual.
   Não posso dizer que me senti totalmente a vontade, mas achei que seria muito feio da minha parte, levantar e ir embora ‘só’ por causa disso. Até porque, verdade seja dita e justiça feita, em poucos ambientes você (e suas opções) é tão respeitado como nos points GLS. Mas o tempo foi passando, o espaço diminuindo e eu comecei a me sentir uma espécie de alvo. Só as horas, eu informei umas 12 vezes. Bateu aquele desconforto e eu acabei indo embora e escolhendo um ambiente mais tradicional.
   Mais tranqüilo, enquanto tomava um vinho português, comecei um introspectivo processo de autocrítica, que se não ajuda também não atrapalha...e pensar é sempre bom! A palavra horrorosa, com significado ainda pior, que não me sai da cabeça é PRECONCEITO!
   Tenho muita dificuldade de me aceitar como preconceituoso e estou realmente correndo em minha defesa, tentando de toda maneira refutar esta pecha. E acho que encontrei a explicação.
   Segundo o Aurélio (dicionário) preconceito “é o conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos, a idéia preconcebida. É também o julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste”, então realmente não é isso que eu sinto. O que eu tenho é conceito!
   Não posso lamentar, muito menos me condenar, por minhas convicções heterossexuais. Costumo dizer que isso é de família, afinal lá em casa (falo da família inteira), não saiu nenhuma bichinha! Desde cedo, cedo mesmo tipo 3 anos de idade, viadinho, boiola, mocinha, fresco e assemelhados, sempre representaram xingamentos. Dizer que o cara brinca de boneca, pinta a unha, faz sobrancelha, idem. Seja por isso, pela descendência nordestina, pela genética (pra quem acredita) ou por outra razão que eu, em minha ignorância, desconheça, a heterossexualidade da família é incontestável. Como eu disse acima, é um conceito.
   Por favor, não confundamos conceito com preconceito e muito menos com discriminação, essa sim é reprobabilíssima, inaceitável! Mas também é verdade que a palavra está na moda e tudo agora é discriminação, então vou esclarecer o que penso disso.
   Não sou contra os homossexuais, como não sou contra os fumantes, nem contra quem grita. Sou contra a opção sexual dos homossexuais, contra a opção do fumo e contra o grito, apesar de todas estas opções serem lícitas, aos olhos da sociedade e da lei.
   Sou ainda mais contrário aos exageros de qualquer natureza. Ou seja, sou contra o hábito de fumar demais, gritar demais e também contra o hábito de chocar/mostrar demais sua opção sexual, seja ela homo, hetero ou bi !!! Chupão, ‘passação’ de mão, língua nos peitos, dedo lá e acolá, sacanagem na praia ou na piscina cheia, podem até não ter hora (qualquer hora é hora), mas têm que ter lugar! Seja entre homem e mulher, mulher e mulher ou homem e homem. O nosso direito termina, onde o do outro começa e começa, onde o de um outro termina.
   Apesar do meu jeito peculiar, sou pela moderação. Não gosto das atitudes exageradas em nenhum sentido, apesar de aceitá-las. É sempre admirável lidar com alguém que defende suas convicções, ainda que eu não comungue delas. Tenho amigos viados (gays), como tenho fumantes e ‘gritantes’. Admiro e elogio os discretos assumidos, isto é, aquele que assume, mas trata a questão de forma sutil, namorando onde é lugar de namoro, fumando onde é lugar de fumar e gritando em lugar que se pode gritar.
   Esses são tão convictos, que não ligam para rótulos ou adjetivos, pois são o que são! E por isso, merecem não apenas respeito (isso todo mundo merece), mas meus parabéns! Os meus amigos, por exemplo, não se ofendem com minhas brincadeiras, quando debocho, sacaneio e até critico a opção sexual, a fumaça nos pulmões ou o grito estridente, pois são como e o que são, mas acima de tudo sabem, aceitam e gostam do que são!
   Guardadas as devidas proporções, me enquadro no exemplo. Não me ofendo por ser chamado de machão, chauvinista, retrógrado. Posso até aceitar com ressalvas, eventualmente não gostar, mas entre não gostar e me ofender, há uma enorme distância!
   Mais uma vez tentando esclarecer através de exemplos, tratemos do racismo. Discriminar por causa da cor; acreditar na superioridade de uma raça em relação a outra. Isso é racismo e o racista filho da p¨*#@(*&%!/> tem que arder no mármore do inferno e depois voltar da cor que ele discriminava. Mas chamar o cara de negão, preto, carvão é brincar com a cor e não ser racista! Afinal chamar o outro cara de branquelo, vela, transparente, fantasma não é discriminação nem racismo. Digo com tranqüilidade, pois não sou branco, aliás exatamente como 96% da população do nosso país e não ligo para nenhum adjetivo relativo à cor da minha pele. Minha caçula, inclusive, diz que é “pretinha”!
   Neste ponto, o assunto toma o rumo de uma postagem anterior que tratou do buillying. Depois que a palavra entrou na moda, tudo é bullying, tudo é discriminação. O que gera para nós uma puta insegurança social, pois nada mais pode ser dito.
   Preconceito e discriminação são fruto de absoluta ignorância e devem ser severamente reprimidos, mas só quando ocorrerem de verdade. Conceito a respeito de hábitos, escolhas e atitudes não representam - necessariamente - discriminação!
   Não posso me sentir obrigado a ensinar pra minhas filhas que algo com o que não concordo é certo ou mesmo indiferente. Fumar é lícito, gritar também e nem por isso minhas filhas podem fazer isso, ao menos enquanto eu puder evitar, o mesmo se aplica a opção sexual, salvo em caso de questão fisiológica, o que certamente não ocorre, ou eu já saberia.
   Mas se depois que as opções não mais dependerem da criação que recebem, se laguma escolha não for exatamente a que eu gostaria, a única alternativa é respeitar, assim como eu respeito todas as escolhas lícitas de qualquer um.
   Espero que num futuro próximo, consigamos acertar a interpretação destes vocábulos sociológicos, pois isso irá facilitar demais nossa vida neste mundo tão moderno e heterogêneo.

sábado, 30 de abril de 2011

As Dificuldades De Se Manter Fiel Aos Seus Princípios

   Pelo título, alguns acham que vou falar de honestidade x corrupção, quem sabe algo relacionado ao trabalho ou seguir minha amadora iniciativa de crítico político. Na verdade não deixa de ser, mas no ambiente adulto e principalmente profissional, isso é assunto corriqueiro! ‘Ofertas’, ‘propostas’, acordos e os limites quase voláteis de termos tão importantes como: Ética, Moral, Justiça, Retidão, têm dado azo à banalização de uma série infindável de atrocidades. A natureza humana é Fo%#@*&¨!
   Mas eu tô só falando de mim, em casa, mesmo! Há alguns anos, quando minha mais velha começou a exigir algumas explicações mais delicadas, li para me informar a respeito da melhor forma de agir. Dentre as coisas que li – lembro do que marcou, claro – 3 me chamaram a atenção. A 1ª esclarecia aos leitores que os filhos não ficam sem resposta, seja ela fornecida por você ou não; outra explicou que quando se tem maturidade para perguntar, normalmente, se tem maturidade para ouvir a resposta; e finalmente, se resolver responder, diga a verdade. Não responder é ruim, mas nada é pior do que mentir!
   Atilado e conclusivo que sou, ou pelo menos me acho, ao fim de uns 3 livros daqueles finos que tratam de educação infantil e adolescente e são equivocadamente dispostos, nas livrarias, junto com os de autoajuda (talvez por serem escritos por psicólogos), decidi: Aqui em casa, se perguntar eu respondo...e sempre a verdade! Fiz apenas algumas adaptações, afinal a resposta deve ter uma profundidade adequada. Nem rasa demais, nem profunda demais! Sempre levando em conta os ouvidos a que se destina.
   Na teoria foi mole! As dificuldades, como sempre, só foram vistas na prática - rsrsrsrsrs. E aumentaram agora, anos depois, quando ela (minha mais velha) chegou à adolescência e a mais nova, hoje com 6, começou a demandar o mesmo tipo de tratamento honesto, em época que eu inicialmente julguei prematura. Tive que voltar às reflexões!
   Percebi então que à míngua de internet, globalização, velocidade da informação, escola, blá-blá-blá, a evolução das crianças (possivelmente nossa também) é observada até na fisiologia...nada mais natural do que isso ocorrer também na faceta intelectiva. Vocês não lembram que nós nascíamos com os olhos fechados? A pergunta era: Já abriu os olhinhos? Os umbigos caiam em 15 dias, agora não duram 1 semana.
   Qual foi a última criança que você foi visitar na maternidade e encontrou de olho selado? A Luiza nasceu prematurííííssima (28 semanas – essa história é bonita, pode até ser objeto de uma postagem posterior) e abriu  os olhos ainda de cabeça pra baixo, na mão da obstetra!
   Tudo que eu disse – talvez – para justificar minhas atitudes avançadas, que por alguns podem ser consideradas atrozes. Mas fazer o que? Criei um princípio; decidi nortear minha postura de pai e o relacionamento com minhas filhas, por uma premissa: A Verdade! E tenho vivido assim desde então! Acho que este é o primeiro ensinamento, pois elas SABEM DISSO!
   Não é fácil! Além de me ver em situações delicadas, passei a necessitar de um raciocínio mais rápido e tenho que estar sempre preparado...para o pior!kkkkkk
   Um exemplo de cada uma. Os relativos à sexualidade são mais engraçados.....e embaraçosos:
   Quando uma apresentadora do GNT utilizou pela 4ª vez, numa entrevista (às 21h), a mesma palavra, eu já sabia..., mas não deu nem tempo de pensar – “Pai, o que é orgasmo?” Foi a de 6 tá! Minha mulher se levantou da mesa (eu ouvi o arrastar da cadeira) e quando olhei de rabo de olho, li os pensamentos dela. Era algo do tipo: “pqp, ele não mente pra elas!” Eu não titubeei – “É o prazer que o adulto sente quando namora!” Confesso que ao fim dessa frase simples, estava orgulhoso!
   Esperei uns 2 minutos pra não chamar a atenção e troquei de canal, sabia lá o que mais poderia acontecer – “Ahhh pai, por quê? Coitada dela.” Não sei bem se não entendi tudo ou não queria entender – “Cê tá vendo, filha?” já voltando. – “Tô...coitada! Ela só beijou com 35 anos?!” Ferrou! Foram aqueles malditos 2 minutos de orgulhosa distração.
- “Não entendi filha, como assim?
- “Ué, ela só teve orgasmo com 35 anos! Não foi isso que você me explicou?!”  Complicou, mas vocês lembram da premissa, né?
- “Mais ou menos, é que normalmente acontece quando a gente namora pelado. Então, é o prazer que o adulto sente quando namora pelado.” A resposta parece ter sido assimilada ou pelo menos não voltou a ser assunto. Tenho certeza de que se não tivesse ficado satisfeita, iria continuar perguntando.
  Há duas semanas, a de 12 com 2 amigas no nosso sítio, se escangalhavam de rir na mesa e entre as gargalhadas, eu ouvi “....tava se masturbando!kkkkkk”. Que que eu podia fazer? Seria um teste comigo? Alguma coisa com o que eu tivesse que me preocupar? Nada demais, apenas um ‘semostrex’ juvenil?
   No meu cálculo de probabilidade, a necessidade de intervenção ficou muito clara, então –"Se mastur...o quê?" Depois de mais um tempo de gargalhadas eu cobrei a resposta, sempre em tom de descontração.
“- Masturbando, pai!
- Que isso? Cê sabe o que é isso? Se sabe, fala.”
   Sempre com muitas gargalhadas (permitidas e bem aceitas) “– Aquilo que o Daniel fez. Eu sei, só não sei explicar.” Era o homossexual do BBB, que se masturbou em rede nacional...hummm, tem várias idéias de postagem neste texto.
   Como a explicação não veio, eu tomei a iniciativa “– Masturbar é o ato através do qual a pessoa dá prazer sexual a si mesmo!” Também gostei...outro momento de orgulho!! Mas veio o silêncio e as três já olhavam fixamente pra mim (Li nos rostos delas: Que? Como assim?). Este tipo de pergunta tácita; telepatia também vale!rsrsrsrs e aí... Lembram da premissa?! Então emendei “– Tocar punheta! Bater siririca!
   As gargalhadas voltaram. Entenderam! O bate papo ficou mais claro e proporcionalmente mais calmo, levando em conta o fato de serem 3 pré adolescentes. Confessaram que não tinham certeza do que era e que os meninos usam na escola as versões menos sutis das expressões.
   Fiquei feliz de novo. Imaginem se eu não tivesse feito a primeira pergunta? Minha filha estaria até hoje na ignorância, ainda que parcial, além de outros tantos pontos positivos, principalmente a certeza de que elas sabem que eu não minto pra elas.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Que Seria Capaz de Aniquilar Um Instinto Tão Básico Quanto O Materno?! E Depois de Aniquilado, O Que Fazer?!




   Pois é! Eu realmente gostaria de estar desatualizado, mas por incrível que pareça não é isso! Este bebê é outro. Não é o do feriado, nem o da lixeira do final de semana!!!!!!!!!!!!! Tampouco um dos outros 14 abandonados (E ENCONTRADOS, pois muitos não são) em abril deste ano.
   Seria cômico, se não fosse um trágico absurdo! Pois é - de novo - pra minha/nossa triste revolta (e não sou bem uma pessoa sensível), este 2º link não é cópia do 1º. É outro, meu Deus do Céu! É outro bebê, outra história dramática, outro neném indefeso abandonado no lixo. O 2º encontrado no mesmo dia 26 de abril de 2011! Agora são 15, na minha ignorante conta de leitor de jornal.
   Porra! Ou eu encaro isso como sinal claro do “Final dos Tempos” (quem me conhece sabe que não é este o meu estilo), algo maior que nós, relacionado ao Juízo Final! Ou simplesmente reconheço que estamos diante da falência de pensamentos e institutos humanos, hoje retrógrados e descompassados com a realidade.
   Seja por convicção, seja por conveniência ‘autopreservativa’, fico com a 2ª opção, afinal, prefiro acreditar na defeituosa condição humana, naturalmente corrigível, do que no intangível destino desenhado por Deus para a humanidade, o que seria irremediável e irresistível!
   Voltando então às questões terrenas e palpáveis, mais do que tentar discutir e explicar esta monstruosidade, alguma coisa tem que ser feita. Algo objetivo e prático, despido de cunho dogmático, político e mais ainda religioso.     
  É ‘interessante’ como evitamos até mesmo falar deste assunto, não porque seja chocante demais (de menos, seria até deboche), tampouco porque mexa com valores muito íntimos, afinal ainda não paramos de tratar da Chacina de Realengo! Desculpem-me, mas a questão fática dos bebês é muito pior!
   Fazendo uma comparação simples e superficial, pra começar, em Realengo (1)o assassino era pirado mesmo; (2)era um doido só agindo contra crianças indefesas, mas desconhecidas; e (3)matematicamente, além da exatidão no número de vítimas, o número foi menor. Nos casos de abandono de bebês com o intuito deliberado de matá-los (quem não quer matar deixa na porta dos outros, não em terrenos baldios, muito menos joga em lixeiras e esgotos, dentro de sacos fechados!) (1)há desesperadas, não loucas; (2)apesar de também serem crianças indefesas, além de ‘mais indefesas’ as crianças ERAM FILHOS daquelas que tentavam matá-los e a iniciativa foi tomada por diversas pessoas distintas – não um maluco só e isolado; e (3)a mera soma, demonstra serem mais casos, sem mencionar a inexatidão no número, pois certamente um percentual mínimo foi encontrado.
   Outra demonstração de nossa busca por esta zona de conforto (ou de menor desconforto), é o fato de culparmos as mães...e só elas! Até as ‘velhas’ aqui de casa ficam de boca suja e as xigam. Por favor, não que não mereçam, para mim deveriam ser mortas com requintes de crueldade, mas o ‘X’ da questão é que a solução está em nossas mãos!
  Conhecemos exatamente a causa do problema! Discordâncias ideológicas a parte e mencionando apenas o incontroverso: Ignorância; falta de prevenção; pobreza absoluta; falta de trabalho, emprego ou remuneração de qualquer sorte; condições de vida aviltantes; e o instinto de sobrevivência e autopreservação, único capaz de se contrapor ao da maternidade!   
   Não vou começar aqui (O QUE SERIA O ATAQUE DIRETO À CONSEQUENCIA) um discurso de apologia ao aborto, ou à esterilização compulsória, apesar de minhas radicais convicções pessoais neste triste sentido  – a idéia não é polemizar, mas refletir. Ademais, o pessoal que terá acesso a este texto deve (tem obrigação de) conhecer razoavelmente o assunto!  
   Porém, também não acredito apenas, a esta altura, na adoção de medidas sócio-educativas, não só por conta da podridão política de nosso país, principalmente diante da grandiosidade das medidas que seriam necessárias para se chegar a uma solução efetiva, mas porque não bastaria ATACAR SÓ A CAUSA!
   Educar sexual e demograficamente a população, principalmente a mais carente – foco do problema – é imprescindível, mas é um processo caro, lento, longo e contínuo (eterno mesmo), para o qual precisaria existir uma enorme e longeva vontade política. Claro, seria a VACINA contra esta doença gravíssima.
   Mas só a vacina não adianta mais, pois a doença já infectou muiiiita gente e continuará infectando até que seja erradicada e para isso é necessário o SORO! Aquele que age sobre a doença já existente!
   Escrevendo este texto, percebi que acabei voltando à descrição do blog, pois a idéia não é apresentar a solução (vender a conclusão), mas discutir pontos de vista e provocar um movimento contínuo em direção a uma das soluções possíveis e viáveis. E aí, o que você vai fazer a respeito?!
  Ah! Encontrei a trilha sonora deste tópico quase deprimente...sou fã desse cara e das mensagens que ele passa. Segue a letra inteira da música e abaixo dela, o link do clipe pra vocês verem e ouvirem.   
Pátria que me Pariu - Gabriel, o pensador
(4x)Pátria que me pariu!
Quem foi a Pátria que me pariu!?
Uma prostituta, chamada Brasil se esqueceu de tomar a pílula,
e a barriga cresceu
Um bebê não estava nos planos dessa pobre meretriz de dezessete anos
Um aborto era uma fortuna e ela sem dinheiro
Teve que tentar fazer um aborto caseiro
Tomou remédio, tomou cachaça, tomou purgante
Mas a gravidez era cada vez mais flagrante
Aquele filho era pior que uma lombriga
E ela pediu prum mendigo esmurrar sua barriga
E a cada chute que levava o moleque revidava lá de dentro
Aprendeu a ser um feto violento
Um feto forte escapou da morte
Não se sabe se foi muito azar ou muita sorte
Mais nove meses depois foi encontrado, com fome e com frio,
Abandonado num terreno baldio.

(4x)Pátria que me pariu!
Quem foi a pátria que me pariu!?

A criança é a cara dos pais mais não tem pai nem mãe
Então qual é a cara da criança?
A cara do perdão ou da vingança?
Será a cara do desespero ou da esperança?
Num futuro melhor, um emprego, um lar
Sinal vermelho, não da tempo prá sonhar
Vendendo bala, chiclete...
"Num fecha o vidro que eu num sou pivete
Eu não vou virar ladrão se você me der um leite, um pão, um vídeo game e uma televisão, uma chuteira e uma camisa do mengão.
Pra eu jogar na seleção, que nem o Ronaldinho
Vou pra copa vou pra Europa..."
Coitadinho!
Acorda moleque! Cê num tem futuro!
Seu time não tem nada a perder
E o jogo é duro! Você não tem defesa, então ataca!
Pra não sair de maca!
Chega de bancar o babaca!
Eu não aguento mais dar murro em ponta de faca
E tudo o que eu tenho é uma faca na mão
Agora eu quero o queijo. Cade?
To cansado de apanhar. Tá na hora de bater!

(4x)Pátria que me pariu!
Quem foi a pátria que me pariu!?

Mostra tua cara, moleque! Devia tá na escola
Mas tá cheirando cola, fumando um beck
Vendendo brizola e crack
Nunca joga bola mais tá sempre no ataque
Pistola na mão, moleque sangue bom
É melhor correr porque lá vem o camburão
É matar ou morrer! São quatro contra um!
Eu me rendo! Bum! Clá! Clá! Bum! Bum! Bum!
Boi ,boi, boi da cara preta pega essa criança com um tiro de escopeta
Calibre doze na cara do Brasil
Idade 14, estado civil mo...rto
Demorou, mas a pátria mãe gentil conseguiu realizar o aborto.

 Clipe da Música

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bullying! Bu..o quê?!

  Quem já ‘botou pilha’ em alguém e/ou foi escolhido pelos amigos do condomínio ou da escola para ser ‘pilhado’? Quem não lembra da expressão: Este(a) aí não agüenta pilha?! Ou Ele tá pilhado!
   Pois é! Pra quem se enquadra nos exemplos acima ou simplesmente ouviu falar e descobriu do que se tratava...falo então, da grande maioria dos brasileiros (cariocas) com mais de 20 anos, nada de novo aconteceu ou surgiu. Para nós, bullying é exatamente a ‘pilha’ que conhecemos. Para os mais conservadores – não necessariamente os mais velhos – bullying é só outro nome para provocação, talvez até um tipo de brincadeira discriminatória, como colocaria minha avó ainda viva de 84 anos.
   Bullying é só um nome novo, pra uma ‘coisa’ velha!!  Lamentavelmente é mais um exemplo de modismo e a maior prova disso é a americanização de um nome conhecido (e vivido) por todos nós há décadas.
   O grande perigo é que como toda moda, pode ser mal utilizado; utilizado com exagero; e até ter sua natureza desvirtuada. O que, na minha opinião, já está acontecendo.
   Tudo agora é bullying e tudo também tem causa no bullying! Agressores de todo gênero se dizem vítimas de bullying; senador com vencimentos cumulados superiores a R$100.000,00 mensais, são violentos, por causa de bullying jornalístico – to falando do Requião sim; até os assassinos de criancinhas, agora se ‘justificam’ no bullying. Mas o pior são as crianças (‘o futuro’), nas escolas e nos condomínios, estarem tão familiarizados com as questões relativas ao bullying.
   Estamos criando um problema emocional coletivo sem precedentes! Ao tratarmos deste assunto com tanta importância, demonstramos aos nossos filhos que é uma ‘cooooisa’ muito grave, muito ao contrário do que nos ensinaram nossos pais, quando diziam - É só não ligar que eles param!  - Isso é porque eles gostam de você.  - Ah, coloca um apelido neles também.
   Enfim, estamos complicando uma coisa muito simples!!
   Pra quem me conhece, já fui apelidado de Macaco, de Baixinho; Nanico, sem mencionar que o apelido Jair, surgiu de uma ‘pilha’, quando implicavam comigo por causa de minha cor. Mas nunca me senti inferiorizado, tampouco era o único ‘vitimado’ pelas brincadeiras. Tínhamos o Saco de Bosta; o Rolha de Poço; o Poste; o Vara Pau; o Cabeção ou Cabeça de Nós Tudo; o Brocha; o Tatuí e uma enciclopédia de animais. Tudo dentro da normalidade, considerando a idade. Todos se chateavam um pouco e depois passava e, como sabemos, o volume e intensidade da pilha eram proporcionais ao incômodo demonstrado.
   Mas era normal! Ninguém ficava complexado por causa disso. Minha foto no FB é a de um macaco e muito outros se utilizam deste mesmo e bem humorado artifício. Hoje, minha filha de 6 anos ‘sabe’ que “se ficar implicando com alguém, por causa de um defeito ou diferença, ele pode ficar traumatizado”. Olha que loucura!! E o mais grave é não poder discordar, pois realmente existe um apelo social e da própria mídia, no afã de demonstrar a seriedade deste novo ‘instituto social’. Quase que uma justificativa para o surgimento desta quantidade absurda de lunáticos, agressivos e ‘sem noção’ de todos os gêneros. No mínimo, apresentando e subsidiando uma fraqueza psicológica observada na maioria dos indivíduos.
   Não era bem melhor antes? Quando era mais simples, mais fácil de lidar. Eu não tenho dúvida! Estamos é dando importância demais aos defeitos e deixando de lado as qualidades.
  “O programa existe....para você não ver que o programado é você” (Gabriel, o pensador)