quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bullying! Bu..o quê?!

  Quem já ‘botou pilha’ em alguém e/ou foi escolhido pelos amigos do condomínio ou da escola para ser ‘pilhado’? Quem não lembra da expressão: Este(a) aí não agüenta pilha?! Ou Ele tá pilhado!
   Pois é! Pra quem se enquadra nos exemplos acima ou simplesmente ouviu falar e descobriu do que se tratava...falo então, da grande maioria dos brasileiros (cariocas) com mais de 20 anos, nada de novo aconteceu ou surgiu. Para nós, bullying é exatamente a ‘pilha’ que conhecemos. Para os mais conservadores – não necessariamente os mais velhos – bullying é só outro nome para provocação, talvez até um tipo de brincadeira discriminatória, como colocaria minha avó ainda viva de 84 anos.
   Bullying é só um nome novo, pra uma ‘coisa’ velha!!  Lamentavelmente é mais um exemplo de modismo e a maior prova disso é a americanização de um nome conhecido (e vivido) por todos nós há décadas.
   O grande perigo é que como toda moda, pode ser mal utilizado; utilizado com exagero; e até ter sua natureza desvirtuada. O que, na minha opinião, já está acontecendo.
   Tudo agora é bullying e tudo também tem causa no bullying! Agressores de todo gênero se dizem vítimas de bullying; senador com vencimentos cumulados superiores a R$100.000,00 mensais, são violentos, por causa de bullying jornalístico – to falando do Requião sim; até os assassinos de criancinhas, agora se ‘justificam’ no bullying. Mas o pior são as crianças (‘o futuro’), nas escolas e nos condomínios, estarem tão familiarizados com as questões relativas ao bullying.
   Estamos criando um problema emocional coletivo sem precedentes! Ao tratarmos deste assunto com tanta importância, demonstramos aos nossos filhos que é uma ‘cooooisa’ muito grave, muito ao contrário do que nos ensinaram nossos pais, quando diziam - É só não ligar que eles param!  - Isso é porque eles gostam de você.  - Ah, coloca um apelido neles também.
   Enfim, estamos complicando uma coisa muito simples!!
   Pra quem me conhece, já fui apelidado de Macaco, de Baixinho; Nanico, sem mencionar que o apelido Jair, surgiu de uma ‘pilha’, quando implicavam comigo por causa de minha cor. Mas nunca me senti inferiorizado, tampouco era o único ‘vitimado’ pelas brincadeiras. Tínhamos o Saco de Bosta; o Rolha de Poço; o Poste; o Vara Pau; o Cabeção ou Cabeça de Nós Tudo; o Brocha; o Tatuí e uma enciclopédia de animais. Tudo dentro da normalidade, considerando a idade. Todos se chateavam um pouco e depois passava e, como sabemos, o volume e intensidade da pilha eram proporcionais ao incômodo demonstrado.
   Mas era normal! Ninguém ficava complexado por causa disso. Minha foto no FB é a de um macaco e muito outros se utilizam deste mesmo e bem humorado artifício. Hoje, minha filha de 6 anos ‘sabe’ que “se ficar implicando com alguém, por causa de um defeito ou diferença, ele pode ficar traumatizado”. Olha que loucura!! E o mais grave é não poder discordar, pois realmente existe um apelo social e da própria mídia, no afã de demonstrar a seriedade deste novo ‘instituto social’. Quase que uma justificativa para o surgimento desta quantidade absurda de lunáticos, agressivos e ‘sem noção’ de todos os gêneros. No mínimo, apresentando e subsidiando uma fraqueza psicológica observada na maioria dos indivíduos.
   Não era bem melhor antes? Quando era mais simples, mais fácil de lidar. Eu não tenho dúvida! Estamos é dando importância demais aos defeitos e deixando de lado as qualidades.
  “O programa existe....para você não ver que o programado é você” (Gabriel, o pensador)

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