terça-feira, 26 de abril de 2011

Educação Em Casa e Ensino na Escola. Hoje Não Há Dúvida

A interessante ilustração, que não é minha, e muitas outras tirinhas 
   Estava pensando em um assunto para blogar, quando minha mais velha chegou da escola ultrajada! A professora havia “ofendido” um colega de classe: Disse que lá (sala de aula) não era a casa dele (aluno) e que ela (professora) não era mãe dele!! Ah, quase esqueci de contar que o pobre menino de 13 anos, levantou-se no meio da aula, pegou o estojo de um terceiro colega e arremessou para fora da sala. Depois disso, saíram na porrada no meio da sala...dois rapazes de quase 14 anos, de classe média alta, cabendo à professora separar fisicamente o combate, que mais lembrava o violentos jogos eletrônicos modernos.
   Ainda sem compreender minha revolta, naturalmente em sentido diametralmente oposto, minha adolescente, me mostrou a gravação que os alunos fizeram do absurdo episódio.
   Tive que me conter, afinal o merecido e sonoro esporro não seria estratégico, pois não geraria a necessária adequação de interpretação, então comecei falando da família, do salário e da própria situação da professora, e pouco a pouco fui conseguindo espaço em meio aquela exagerada inflamação juvenil. Acho que quase a convenci! rsrsrsrs
   Indo mais a fundo, muito mais até do que fui na ocasião narrada acima, vejam que situação! Há muito, os professores não podem punir fisicamente o aluno, dá até cadeia (daqui a pouco nem os pais vão poder mais!); envergonhar o aluno diante do grupo (o que funciona, principalmente com adolescentes) é assédio moral, onde também se enquadram castigos antigos e conhecidos, como ficar em pé de frente pra parede e sentar de costas para o quadro, valendo mencionar que a escola é sempre responsável e, no final, esta responsabilidade se resume ao valor da indenização requerida na justiça.
   Em contrapartida, os pais (nós) não apenas exigem uma participação ainda maior da escola na ‘EDUCAÇÃO’ e ‘CRIAÇÃO’ dos filhos, mas também os entregam cada vez mais indisciplinados, sem respeito e mal educados! A utilização do pronome foi por solidariedade, tá? Porque eu não mando não!
   Esclareço que não sou, nem nunca fui professor de adolescentes, mas me parece de todo injusta a dinâmica criada pela sociedade atual...isso porque nem consideramos a questão ‘remuneração’, senão ficaria pior!
   O fato é que as ‘crianças’ vão para a escola e exageram, brigam, desrespeitam, xingam (não estamos falando dos que levam armas brancas e de fogo para ameaçar e até matar os colegas e professores – estamos tratando dos ‘absurdos normais’), mas também cerceamos 99% da possibilidade que eles têm de educarem e se protegerem dos monstrinhos!
   Não fazemos – não damos educação – em casa, porque não queremos (não temos tempo) e acabamos impedindo que outros façam nosso trabalho. Na casa dos meus pais, desrespeito sempre foi punido com palmada! A conseqüência da briga, sempre foi castigo...assim eu aprendi e assim eu ensino. Aqui, as regras são claras, as punições são severas e a decisão é sempre minha (e das mães)...o que também fica claro desde muito cedo. Além das normas específicas para cada situação e do princípio sagrado de que NÃO É NÃO, temos a regra geral que é: Na 1ª vez eu converso e explico; na 2ª eu dou esporro; e na 3ª dou porrada! Ser pai não é só prazer! É também ter muiiito prazer! 
   Independentemente do que acontecerá no futuro e da eterna possibilidade de vir a morder a língua, até hoje está tudo bem! São muitas regras, muitas conversas, pouquíssimos esporros e  3 episódios pontuais de reprimenda física, apenas os necessários para provar que as regras eram e são reais.
   E pra quem já começa a querer me recriminar, vou ajudar definitivamente. A Nanda apanhou (tomou uma palmada de 3 dedos) com 1 ano e 2 meses porque eu tive que falar a terceira vez e uma palmada de mão inteira com 4 anos, porque me achei desrespeitado. Já a Luiza, tomou uma palmada de 2 dedos com 1 ano e meio, também porque tive que falar 3 vezes. Pode ser triste, talvez terrível, mas regra é regra! Vale pra elas e pra mim. O resultado? Quem as conhece que comente! São ‘pessoas’ alegres, felizes, carinhosas, respeitosas e educadas, mas em constante aprendizado...e aqui só se passa com louvor!
   Gente, com mais ou com menos sucesso, mais ou menos eficiência, o importante é reconhecer que a tarefa de educar é nossa (dos pais), não apenas porque sempre foi, mas porque atualmente, só nós dispomos das ferramentas necessárias para isso. Na dinâmica atual, a escola não pode educar, apenas ensinar e ajudar na sedimentação da educação recebida em casa. Sem mencionar que a formação dos conceitos e valores deles (filhos) é de nossa inteira responsabilidade e muito pouco tem a ver com escola.
   Aliás, a conseqüência lógica desta dinâmica, deveria ser a impossibilidade de enviar para a escola, uma criança que não atendesse aos requisitos mínimos de educação, respeito e principalmente convívio social! Não é mais possível ensinar (e aprender) isso na escola! Idade não é desculpa (agora vou aterrorizar): Pequenininho (quero dizer 2 anos) não pode bater e /ou morder também não! Se tem hábito de fazer, deve ser educado; se não for isso, que vá ao psicólogo e – desculpe – ao psiquiatra, se for necessário! A minha filha (ou a sua) é que não pode chegar em casa mordida e arranhada porque o filhinho dos outros é “hiperativo”! Vai pro caralho! Este é o projeto do adolescente que ameaça o professor por causa de nota e os colegas para fazerem o trabalho dele. E isso não é hiperatividade!
   Confesso ser meio radical, mas a vida é assim e que me desculpem os discordantes, mas até pra vocês espero que algo tenha prestado. 

Um comentário:

  1. Fernando,
    Lembro bem na minha adolescência, quando estava no segundo grau quantas vezes fui parar na diretoria por mal comportamento e se fosse por 3 vezes seria suspenso e posterior a 3 suspensão expulso! Não lembro bem o motivo por que ia parar na sala da diretoria, mas a porradas que levava quando chegava em casa, não esqueço.
    Hoje vejo que as escolas tem uma certa culpa nessa história, pois passam a mão na cabeça de muitos alunos problemáticos para não perder, como todos nós sabemos o número de inadimplência é grande.
    Ainda tem ajuda do papai que paga uma boa babá, uma boa escola para suprir as necessidades com sua ausência e forma uma boa merda de filho. Se der mole o papai desse aluno que brigou na sala de aula deve ter dado um presentinho para ele esquecer o episódio constrangedor.

    Essa história ainda teve discussão, quem sabe a próximo só lamentaremos.

    Abraço

    ResponderExcluir

Obrigado pela participação!